O trabalho do GAS’África no hospital passa, essencialmente, por auxiliar os enfermeiros nos tratamentos aos doentes e também no acompanhamento psicossocial dos internados.

Este trabalho foi desenvolvido durante todas as manhãs de Segunda a Sexta, onde nos confrontámos constantemente com realidades muito duras e onde reina o improviso para, na falta de meios técnicos e pessoal especializado, se poder salvar uma vida.

O GAS’África é conhecido em todo o hospital, porque ao longo dos anos se habituaram à nossa peculiaridade: somos aqueles que param e falam com o doente, que correm atrás dos médicos para que o paciente possa fazer a radiografia que já deveria ter sido feita há três dias atrás, que levam comida e balões, que improvisam bonecos com luvas, que têm os bolsos repletos de rebuçados.

Mas somos, sobretudo, aqueles que vão dispostos a arrancar o mais recôndito sorriso dos que se encontram tão frágeis e desprotegidos.

Centro de Acolhimento de Crianças Arnaldo Janssen:

Durante as tardes, trabalhámos no Centro de Acolhimento de Crianças Arnaldo Janssen, fundado há 14 anos pelo Padre Horácio Caballero que, em conjunto com a restante equipa do Centro, se dedica a retirar crianças da rua, perceber os motivos que as levaram a abandonar o lar e, posteriormente, trabalhar na sua reintegração na família.

São crianças entre os 4 e os 18 anos, que na maioria dos casos já viveram na rua, que enfrentam o problema do vício da marijuana e gasolina, que se habituaram a crescer sozinhos no ambiente hostil das ruas de Luanda.

O trabalho do GAS’África neste Centro é uma constelação de tarefas: vai desde as aulas de português às aulas de matemática, passando pela geografia, ciências, ajuda nos trabalhos de casa, mas também, e não menos importante, passa pela organização de jogos que fomentem o espírito de equipa, dinâmicas de grupo e de valores, passeios e, sobretudo, dar-lhes todo o amor possível.

Com estas crianças, todo o tempo do mundo seria pouco, pela sua necessidade de nós, pela sua complexidade, pelo enigma que representam: por vezes parecem adultos presos num corpo de criança. Conversámos sempre muito. É esse, essencialmente, o nosso papel ali: tentar em dois meses criar modelos de referência, de conduta, de amizade, de confiança e de amor.

É inexplicável o amor que eles brotam quando falam da passagem de outros grupos GAS’África pelo Centro, quando partilham o que aprenderam com eles e as brincadeiras que faziam nas vezes em que o grupo organizava jogos para todas as crianças do Centro.

Bruno

Carmelina

Gabriela

Mariana

Sofia Cruz

Sofia Mexia

Ricardo