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Luanda 2006

Pela décima oitava vez, o GAS’África Porto partiu dois meses para projecto, Luanda foi o destino. Partir nunca foi tão confuso. O rosto de cada pai, cada mãe, cada familiar, cada amigo era o reflexo do arrepio que sentiam ao aproximar-se o momento da nossa partida. Ao mesmo tempo a vontade de ir crescia incondicionalmente e as expectativas do que nos esperava escalavam para além do corpo de cada um de nós.

O que sentimos durante a viagem foram as últimas experiências que tivemos com a pessoa que até ali fielmente tinha vivido connosco. Ao aterrar, o pesado ar que parecia causar algumas dificuldades em respirar. Foi o ponto de partida para uma intrincada mudança à qual nenhum de nós teve o “alento” de resistir. Foi este “vou-me deixar ir" involuntário de intenção e voluntário de desejo que direccionou todas os nossos gestos em formas cada vez mais fartas de amor.

Acordar todos os dias ali era agora era um desejo para toda a existência que tinha dois meses de permanência. Dois meses que se tornaram numa unidade de tempo potencial, virtual. O quotidiano de acordar e saber que íamos para um hospital de assombro onde todos os esforços de humanizar os cuidados eram contracorrente, onde os doentes entregam o seu fado ao triste fim de lá terem ido parar, onde todos os dias combatíamos a frustração de pouco (mas nunca nada) podermos fazer para aperfeiçoar a dignidade humana, um pouco demasiado importante, um pouco cheio de amor e um amor carregado de contraste. Dos cuidados intermédios à cirurgia céptica, o objectivo era não deixar que o corpo morresse depois da esperança e da vontade de viver. Quantas vezes nos empenhámos nas piores feridas com o material menos adequado pensando que amanhã poderia não existir nenhum? Quantas vezes essas feridas pioravam? Quantas vezes tudo corria mal quando nascia a tal esperança, a tal vontade de viver? Quantos sorrisos fizemos aparecer em tristes e sofridas expressões que pareciam nunca vir a sorrir? Quantas Gaúchos, Margaridas, Madás, Vitórias, Morientes e até Sebastiões ouviram um tic-tac de vida que lhes desenhou um brilho deslumbrante em cada gomo da branca esclera? Qual de nós não voltava ao Maria Pia para empelir por apenas três minutos a cadeira de rodas da Margarida com o Euclésio ao pé cochinho pelos vazios corredores daquele hospital?

            As tardes no centro são o ensaio real de que existe uma turbina que absorve o tempo, a mesma turbina que gera amor e o transforma em olhares e sorrisos. A turbina que torna amar numa necessidade elementar que cresce e faz crescer. O que recebemos não é menos do que damos, é grande e simplesmente amor.

            A vontade de aprender é gigante mas se não acreditam que são capazes de aprender então não aprendem mesmo. Só ensina realmente aquele que tem vontade de ensinar e aí sim, nasce a crença em aprender e as intermináveis aulas até ao pôr-do-sol que avultavam tudo o que tínhamos programado com dúvidas sem métrica ou restrições.

            À noite, nas estreitas camaratas do Arnaldo Janson, onde as crianças coexistem entre baratas e ratos, a vulnerabilidade de cada um chama pelas nossas mãos que se entrelaçam nas mãos deles, chama por uma história mesmo que já a conheçam, chama por um beijo de boa noite e por um jeito no mal amanhado cobertor.

São miúdos, são o projecto do mundo de amanhã. Projectos que lutam pela sobrevivência, projectos que afogam a demarcada diferença que existe para eles, que afinal são iguais aos outros, em punhos de gasolina, ou blisters de diazepan, ou rolos de liamba em chama. E porque quando nada anda para a frente, andar para trás é melhor que ficar parado, a vontade de voltar para a rua, nem que seja por dois dias, volta em ciclos que se repetem.

Descobrir que amar e ser amado não é parte de um imaginário apenas, é um novo passo em frente, a conquista de um outro caminho, a vontade de caminhar movidos por olhares e sorrisos.

 

Ricardo Nogueira

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Este é o meu projecto de vida! Ajudar os outros...tentar ser melhor.

Fui tão feliz em Luanda.

Todos os dias me lembro da felicidade que senti em Angola - lá fui o melhor e pior que eu podia ter sido.

A imagem que tenho de mim própria em projecto é a rir, feliz! Acho que nunca me ri tanto como lá. E o pior é que acho que nunca mais vou voltar a rir assim...Uma felicidade conjunta, sentia-me feliz e viva e sentia que todos à minha volta o viviam como eu. Felizes por só termos amor como bem essencial.

O que nos angustiava eram problemas pequenos, intrigas dos miúdos, ciúmes, alguma saudade (pouca, confesso), tristeza ou sofrimento que víamos nos olhos dos outros - apertados pela dor da partida, o pânico que surgia por sabermos que tínhamos de ir embora. Viemos embora com a certeza de que não íamos voltar, não com a mesma comunidade, do mesmo modo - foi uma experiência única.

É uma dor tão grande vir embora com a certeza de que se foi feliz e não se vai voltar da mesma forma. E fica sempre a impossibilidade de saber se o que fizemos foi realmente bom, se valeu a pena para eles, para os que ficam à nossa espera durante anos e anos. Aqueles que nos chamam de mãe, que nos ligam a dizer: "queria que estivesses aqui para me contares uma história para adormecer", aqueles que nos agarram com tanta força para sentir que estamos mesmo ali e não "somos uma ilusão".

…a partir do momento em que vamos nunca mais voltamos.

…continuo, porque não sei viver de outra maneira.

Sou uma pessoa diferente, ficamos todos um pouco diferentes depois do projecto. O que me custa é saber que, por enquanto, não posso fazer projecto o ano inteiro, para o resto da minha vida. O que me custa é saber que eles estão lá, à nossa espera e nós não podemos dar a certeza de que vamos voltar.

 

            Sofia Mexia Alves (ermã Xuxa)

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Voltar a Luanda foi redescobrir, reencontrar, renovar… E não poderia ter havido melhor recepção!

Foi Deus que nos recebeu em cada olhar ansioso… foi Deus que nos sorriu de alegria nos lábios daqueles meninos… foi Deus que me abraçou como se nada mais existisse!

Foi Deus… É naquelas crianças que Ele habita e por isso este Amor é tão intenso!

Entrámos naquele Centro como quem volta a casa e ao aconchego dos que ama… a alegria parece não caber em nós e o corpo expande-se para o outro lado da vida (aquele que só os que amam conhecem).

O mundo é apenas aquele espaço, os meninos que nos abraçam felizes e Deus, cuja bênção reconhecemos no sol laranja que no recebeu em Luanda.

A intensidade do que vivi fez-me sair de mim própria, ocupando um espaço mais vasto, em que a minha alma é uma mistura das partículas das almas que me rodeiam.

Não sei onde acabo eu e começa o outro… não me importa… quero apenas sorrir e amar!

Mónica Gomes Pacheco

 

 

 

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