(11 de Agosto de 2006)

Vivemos em constante alegria, contagiadas pelo viver africano destes jovens. A música… a dança… as palmas… Tudo torna ainda mais intenso e inesquecível estes pedaços de tempo aqui no Lubango.

Vínhamos “ensiná-los” e quem está a aprender somos nós!

A cada nova descoberta se confirma a Verdade e o Amor deste jovens e revemo-nos neles como nunca pensámos que seria possível.

E assim vou vivendo mais este sonho de amor… Abraçando cada instante…

Feliz!

 (15 de Agosto de 2006)

Os meninos e meninas desta terra actualizam em nós cada experiência de Amor… e como é bom tocá-los, abraçá-los, ouvir as suas músicas, olhar os seus sorrisos!

Cada vez este Amor é maior… assim como a certeza do caminho a seguir.

Ouço uma voz que me guia, num timbre africano, e sigo… com o coração embalado por esta música e este ritmo.

E como sou feliz…!

De bolsos e mãos vazias e o coração cheio, cheio, cheio… cheio de amor, fé, confiança, alegria…

Sentimos Deus bem juntinho a nós, sussurrando as palavras, aconselhando os gestos…

Que estrada fascinante para caminhar… e que paisagem tão bonita a envolve!

Ao longe, o horizonte sorri-nos, feliz por nos ver caminhar para ele… e afasta-se… Mesmo assim, sinto que cada passo encurta a distância… Estou a caminho!

       

 

Mónica Gomes Pacheco

     

 

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Pensar em Angola inunda-me de um sorriso repleto de tudo o que fui e quero Ser.

Sonhei…ansiei… por este regresso à Terra Laranja. Procurava os rostos que me acompanharam nestes anos de saudade.

Espera-nos mais uma hora de voo para o Lubango (no sul de Angola), o nosso destino.

No aeroporto doméstico de vez em quando um homenzinho dirige-se à porta e grita o destino do próximo voo. Pessoas muito diferentes nesta sala, vários empresários, jovens de regresso à sua província, chineses a farejarem investimentos… e uma criança no colo, com cerca de 10 anos, de que recordo o olhar cadavérico e uma barriga proeminente que anuncia algo muito grave. A sala vai-se esvaziando até ficarmos praticamente só nós as seis. Cada uma com expectativas diferentes, mas a ânsia comum de reviver tudo o que Angola já nos tinha dado.

Sentimo-nos em casa no Lubango, como se a nossa alma fosse negra.

O entusiasmo com que os jovens chegavam em cada dia para a formação deliciava-nos. Aos poucos fomos estabelecendo laços de amizade e a frase que utilizavam diariamente como despedida «Estamos juntos», perdura a milhares de quilómetros de distância.

        

Ana Oliveira